terça-feira, 4 de novembro de 2008

Dois rios.

Nos teus olhos: uma paz, uma constatação, uma revolta, uma satisfação. Nos teus olhos: Luz, escuridão, calor que não queima e frio que esquenta. Nos teus olhos finitos, o infinito. Nos teus olhos, tão teus... Eu.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Eu só penso em você.

Cada minuto é uma procura. Cada minuto é uma espera.
Caminho preguiçosamente, pela universidade, indo chamar a Liége. Preciso chamar a Liége, a professora Maria Aparecida Lucca Caovilla pediu. E eu vou, cada passo é um esforço para o meu corpo. Chamar a Liége, chamar a Liége. Liége do 7º período.
Estou na frente da porta do 7º período.
Coloco a cabeça dentro da sala, procurando avistá-la.
-A Liége?
-Não, a Liége já foi.
Então, já sei onde vou encontrar ela. Perto da Unicantina, onde ela sempre está quando vai embora. Caminho até lá, e ela está sentada nos banquinhos, esperando a lotação.
-Aloha, Liége! A professora Maria Aparecida tá em uma reunião do PP, e pediu que eu viesse te chamar... Tu poderia ir lá agora?
-Impossible! Tô indo embora agora. Amanhã eu brigo com ela por te fazer caminhar até aqui.
-Ah, não tem problema.
-E desculpa.
-Tudo bem. Tchau!
Voltar, e dizer que a Liége não pode comparecer, pois já foi embora. Na volta, olho aquele estacionamento, tomado por carros. Carros que eu não conheço, carros que não me dizem nada, carros que não me interessam, por fim.
Ver o estacionamento só me dá mais vontade de estar contigo, de ver o teu carro lá, pra me dizer que eu posso entrar no carro naquele mesmo momento, ir embora contigo sem ter que me preocupar com a academia à tarde (e você com trabalhar), e que poderemos ficar juntos por toda a eternidade desse dia, já que à noite não temos aula.
De volta à realidade.
Não, teu carro não está no estacionamento.
Volto caminhando em passos preguiçosíssimos até o Centro de Sociais e Jurídicas.
E os minutos se prolongam. E a espera continua.

domingo, 5 de outubro de 2008

Eu não quero que a grama cresça.

A grama e as ruas ainda molhadas. As luzes dos postes, e a temperatura amena. Os faróis do teu carro se acendem, você está indo embora. Enquanto você sai, eu vejo o sinal dos pneus na grama. Realmente, a grama está morrendo, afinal. E de repente essa frase surge na mente: Eu não quero que a grama cresça. Não mais que de repente, sinto água nos olhos. Aquelas sensações todas, que misturam passado, presente e (sim!) futuro. A tal da vertigem, o tal do sentimento sem explicação. Amor... Assim que a gente chama, né (esse sentimento sem explicação)? Não, eu não quero saber da Filomena, nem quero saber onde mora a Fulana. Não quero pensar que você já riu das piadas de outras pessoas, ou já suspirou ao sentir um perfume que não era o meu. Agora, eu ouço uma batida na janela do segundo andar, e no momento que ouço, espero que seja você pendurado na sacada de flores, pra dormir do meu lado. É verdade, eu não quero só o moletom. Mas tudo bem. Tem o sinal dos pneus do teu carro lá fora. E isso só significa uma coisa: Eu tiro a sorte grande todos os dias. Amanhã tem mais que o moletom. No amanhã nós rimos das nossas piadas e suspiramos ao sentir nossos perfumes. Teu ipê roxo deve existir, pra fazer companhia ao meu ipê amarelo. Tudo bem se o teu ipê roxo não sobreviver. Mas eu quero que você esteja comigo pra ver o nosso ipê amarelo crescer. Quero a marca dos pneus, e tua marca em cada cômodo da casa, e em mim.

"A única certeza que eu tenho é absurda pois a dúvida sustento por que não me mudar
Pro seu apartamento
Hoje mesmo
Hoje eu vou sair por aí anunciando que o Sol não vai mais se deitar
As plantas gostam de chuva mas por você nem mesmo as nuvens teriam razão de haver em nenhum lugar
Não...
Não...
Não tenha medo!
O nosso amor é essencial
Nenhum amor é imortal
Eu gosto de você!
Se um gênio perguntasse quais seriam os meus três desejos o primeiro: pediria ao tempo voltar pra trás - pra te ver aos dezesseis anos
O seguinte, segundo desejo, emoldurar no céu o seu sorriso que eu pensei que nunca mais pudesse reencontrar
E o último, complexo, honesto e genuíno, amar sem precisar da dor, querer também sem magoar
Tocar seu corpo
Hoje mesmo"

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Shame on you!

Eu juro que acho incrível o dom que as pessoas têm de te ver nos momentos de menos lucidez. Esses dias, por exemplo, eu estava aqui em frente a esse computador, na minha salinha do PECJUR (tô decretando a minha própria demissão, óh bendita inteligência). Já era próximo do meio-dia, meu horário de saída, e eu já estava no ápice do tédio, esperando os minutos passarem. Comecei a bater o pé em um ritmo qualquer, uma mania extremamente irritante da minha pessoa (divulgação dos meus defeitos, outro sinal de inteligência), e, em um momento meio relapso, comecei a cantar "cabeeeeça, ooombro, joelho e pé! joelho e pé! cabeeeeça, oombro, joelho e pé! joelho e pé! ooolhos...". Nos "olhos", foi que eu vi, pela parte superior da divisória das salas, que é um tanto transparente (sim, um tanto, e não transparente): A professora Silvana estava na sala ao lado. Nessas salas da coordenação do curso de Direito, até uma fungada a gente ouve. Devo ter ajudado demais ela a se concentrar no que ela estava fazendo. Alguma coisa me diz que o pensamento dela não foi "ai amiga, deixa eu cantar junto" e sim alguma coisa mais parecida com... "meu Deus, como contratam uma retardada dessas?". Senti vergonha de mim mesma. E comecei a murmurar, no ritmo e tom da música... "hmmm, hmmm hmm e hm! hm e hm!". Depois só fiquei quieta. Ainda bem que isso não é digno de nota. (E o último sinal de inteligência: Eu com uma prova de Introdução ao Estudo do Direito II e várias coisas pra fazer, escrevendo esse texto.) Tá, vou ir fazer ginástica laboral. Tchau.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Monólogo.

Meu namorado escreveu um monólogo pra mim. Com dedicatória e tudo. É simplesmente o texto mais lindo do mundo. O TEXTO MAIS LINDO DO MUNDO, entendeu querido?! Hehe. Se acaso um dia você resolver ler essas coisinhas que eu escrevo, tá aqui. Registrado. =]


Falando em monólogo, preciso continuar tentando escrever um. =~ Juro que um dia eu consigo.

Será magia, miragem, milagre... Será mistério.

Eu olho nos olhos dele. Sustento o olhar. E as perguntas começam a surgir em milhões na minha cabeça. "O que será que ele está pensando?" Movimento meu olhos para seus olhos verdes, observo as cores. Observo a pele do rosto, os pelos. "A boca mais linda que a minha já beijou", como diriam Kleiton e Kledir, e continuo percorrendo o olhar por cada centímetro de seu rosto. "Será que ele se pergunta o que eu estou pensando?". Continuo olhando, e não sei mais se sinto como se você tentasse ler o que se passa na minha cabeça, ou se você de fato consegue. Eu só queria que ele me abraçasse, e disesse "esquece". "Isso é coisa do resto do mundo, e aqui é só nós dois". Qualquer lugar parece até nossa ilha. Dou um beijo em seu rosto, e volto a olhar. Tento controlar cada expressão do meu rosto, cada movimento, inclusive da boca, que parece não querer ficar quieta nesse momento. Começo a ver que seus olhos estão lacrimejando, e de repente, acontece comigo também. Meus olhos começam a lacrimejar, e ele me abraça. Me abraça e fica ali. Só fica.

sábado, 9 de agosto de 2008

Eu e você no ar.

Arquibancada, grama, noite, colo.

Beijo, vontade, olhar.

Caminhar, ir... Voltar.

Todas as minhas cartas sobre a tua mesa.

De cara limpa, sorriso no ar.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Por você.

Pra quem, se não pra você? Pra quem agora eu canto, pra quem dedico todas as sílabas que a minha voz modula? Pra quem eu toco violão? Por quem eu ando, por quem eu corro? Por quem, se não por você? Por quem eu quero ser cada dia melhor, e quem eu quero conquistar cada dia mais, se não você? Quem eu quero ter do meu lado até aparecerem os fios de cabelo branco, se não você?
E me diz, por quem, por quem eu sou sonhadora e utópica desse jeito... Se não por você?


"Por você conseguiria até ficar alegre,
Eu pintaria todo o céu de vermelho,
Eu teria mais herdeiros que um coelho..."

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Flores que você traz pra me dar... Eu não preciso disso pra lembrar.

Pontuação, crase, colocação pronominal... Concordância nominal. Ela tenta estudar, sabendo que logo terá uma prova para mostrar que tem essas e várias outras regrinhas gramaticais armazenadas em sua bela cachola. Transfere os vários tópicos do livro para o caderno, copiando e copiando, na tentativa de se concentrar. Mas não adianta. Mesmo tentando gravar tudo aquilo de uma forma um tanto mecânica, porém a forma mais segura de não começar a pensar em outra coisa... Acontece. Ela pára, olha todas aquelas palavras, e não entende. Por que ela estuda a forma mais adequada de se redigir um texto, por exemplo, mas não consegue dizer "meu amor" na frente do ser amado? Quer dizer... Conseguir até consegue. Mas se sente desconfortável. Enfim, fica feliz por se sentir desconfortável. Lembra que não gosta de coisas que não a perturbem. Se não a perturba... Quer dizer que não requer esforço seu, e logo quer dizer que ela não se importa. E no caso ela se importa.
Volta, então, a estudar. Agora se sente incomodada por essa mania terrível de começar a viajar, quando tem um prazo ou metas a cumprir. Conforma-se, afinal tem a sensação de que isso não irá mudar, não logo. Será parte da perturbação? Começa a pensar em como ela consegue ser tão subjetiva tentando ser tão lógica. Começa a entrar no devaneio, do devaneio, do devaneio. Sua mente é quase um abismo às vezes, e agora o conjunto de pensamentos começa a enlouquecê-la. Levanta-se da cadeira, olhando para todos aqueles papéis, e volta à cadeira.
Suspira, passa a mão pelos cabelos, e recomeça. Quando um adjetivo está posposto a dois substantivos de gêneros diferentes....

quarta-feira, 30 de julho de 2008

É você.

Ela. Os olhos passam. Passam por uma, duas, dez pessoas. Os passos são dados. Dez, doze, duzentos. Ela deixa de caminhar em terra firme, e se muda para o lugar onde está sempre. Imagina ele. Ele. Trabalhando, fazendo todas aquelas coisas tantas vezes contadas, vendo pessoas. Uma, duas, dez. Dedos digitam. Dez, doze, duzentas vezes. E se transporta. Quantas vezes estão juntos sem estar? Contigo eu estou. E contigo eu vou.

"É você, só você, que na vida vai comigo agora..."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Forever was in your eyes.

Eu sempre gostei mais de chuva. De um quase frio, do que do calor do verão. Sempre gostei de um dia nublado, com aquelas lindas nuvens cinzas. E ele dizia "é, eu sei que você gosta".
O tempo passa, as nuvens mudam.
Hoje eu escuto "eu também adoro dia nublado". E o meu céu cinza é tanto mais, agora, tudo que eu quero; que eu não posso evitar deixar tudo pra lá e ficar aqui, hipnotizada, olhando pra ele.
Ele é infinito e lindo.
É só agora. É só agora que eu vejo que o céu é muito mais do que eu pensava. É agora que eu vejo que VOCÊ é muito mais do que eu pensava. Todo o tempo até você não foi tempo perdido. Porque foi o tempo que eu precisei pra chegar até você. Pra te ter do meu lado, de mãos dadas, olhando pro céu. Pro nosso, afinal, NOSSO. Nosso céu nublado.
É tão bom quando eu sinto isso. Sinto, finalmente, eu SINTO e posso gritar. É mais verdade do que nunca.
Posso gritar e falar de todas as formas possíveis, que eu só quero o cinza e o verde. Só o cinza do céu, e o verde dos teus olhos.
E nada mais.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

The life I've left behind me is a cold room.

"São coisas do coração", dizia ela, enquanto mexia no copo em cima da mesa. Queria que o copo começasse a flutuar, ali mesmo, só pra acontecer um absurdo em meio a tantas coisas certas. Só pro concreto e palpável perder a vez, por uma só vez. Lembrou-se, então, do outro dia enquanto caminhava em direção ao mercado, e ouviu um tiro. Não soube dizer se foi pelo estrondo ter sido próximo, mas sentiu como se aquilo tivesse acontecido dentro de sua cabeça. Parou de andar, pensando "Estarei viva?". Começou a vagar em um mundo paralelo, onde uma bomba havia sido instalada em sua cabeça, e enfim, havia chegado a hora de explodi-la. Em seguida começou a brigar com sua imaginação, criticando-a por escolher um momento tão besta para explodir a bomba. Oras, uma saída até o mercado! Veja se isso é hora para se morrer. Resolve afastar esse pensamento estúpido, e continuar a andar. SÓ continuar a andar, será que é difícil?! Agora ela sai do devaneio do devaneio. Terá sofrido com essas imaginações absurdas sempre? Provavelmente, pensa. Surpreende-se ao ver que ainda está naquela cozinha, iluminada por aquela luz branca e fraca, e não gosta da sensação. Não sabe dizer o que é. Medo, por todos os móveis parecerem vivos àquela altura da madrugada; Nostalgia, pois ainda via as cartas em cima da estante, tantas vezes usadas naqueles horários; Ou, se era só cansaço, mesmo. Antes que pudesse imaginar qualquer coisa, levantou-se, tentando se convencer rapidamente de que era cansaço, afinal. Escovou os dentes desejando que a água estivesse mais quente. Colocou o pijama desejando que a temperatura estivesse mais quente. Deitou-se desejando os lençóis mais quentes. Os olhos começaram a ficar pesados, e ela foi se entregando ao sono. Desejava ele de qualquer jeito. Só queria dormir.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

This is fact, not fiction.

Tem um buraco na porta, a porta pela qual eu tenho que passar para sair de onde estou. É um buraco significante, e não um qualquer e discreto no cantinho, perto do trinco. Ou seja, é impossível não ver. Tem uma cartela de adesivos colada na parede, onde ficaram apenas a forma de todos os desenhos, pois os adesivos em si, já foram todos retirados. Tem um som na sala, mas não tem nenhum CD em casa. O som do vizinho eu só consigo escutar a batida. O que terá acontecido à melodia? A cozinha está cheia de pratos, mas não há comida na geladeira. Têm vários sofás na sala, mas ninguém para sentar. Tem uma lua lá fora, em um dia que não anoiteceu. E é isso que acaba acontecendo. Nada. É impossível não ver.

E não saio sem ele de lá.

Os pés saltitam. Por toda a madrugada ela anda, caminha, sem medo. O único receio é de não o ver mais. Acha curioso o fato de você achar alguém quando se menos espera, mas sabe que é assim mesmo. Assim é a vida. As coisas acontecem não quando você acha que elas devem acontecer, mas quando as coisas acham que devem acontecer pra você. "As coisas". Esse, porém, é um daqueles momentos em que você pode se sentir em plena paz, mesmo que amanhã tenha a casa, o trabalho, os pais, os estudos... Mesmo que tenha uma prova de matemática na segunda-feira, que você já sabe que é de ferrar. E o que importa? É como se você estivesse na frente do mistério da vida, alguma coisa muito maior. São coisas pequenas que se tornam grandes, e por serem muito boas, você deixa que elas tomem conta de você. Passa a não ser mais "a coisa", mas toda uma situação, que toma outra proporção. E qual o problema, se amanhã não for isso não tem problema... Ou daqui a um segundo. Ela apenas deixa com que o sentimento tome conta. Respira o ar, que quando de fato, é frio, ainda parece extremamente agradável. Parece quase perfeito, na verdade. E inspira, e expira. E inspira, e expira. Dá um sorriso cerrado, um semi-sorriso, sem dentes, e suspira. Inspira. Expira. E suspira.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

You see for so long I was blue.

Então a menina balança os pés, que batem no muro em que está sentada, em um final de tarde. Seus olhos lacrimejam enquanto vê os carros passarem na rua. Ela pensa, e se questiona porque as coisas insistem em passar sempre diferente do que a gente quer. Os pés ora movimentam-se para frente e para trás, ora batem na parede. Ela escuta alguma música, que não sabe dizer de onde vem, e não vira sequer para procurar localizá-la. Vê as pessoas andando nas ruas, e se pergunta para onde elas estarão indo. O sol continua caindo, sumindo, de uma forma especialmente triste naquele dia, para agoniá-la bastante até a próxima vez que ele aparecesse; Para deixar claro que estar vivo é uma benção. Ela entende que a próxima vez que ver o sol é mais um chance para mudar o que não está de acordo em sua vida. Não é que ela esteja tão triste. Ela sabe que uma hora ou outra as coisas se ajeitam. Ela e a lágrima fazem um pacto. Ela só poderá cair quando a menina estiver em paz consigo mesma, para o amanhã. Para ser melhor amanhã. De repente, a lágrima cai. Ela se levanta, sem ligar para ninguém ao seu redor. Caminha em direção a um beijo que a espera. Seca a lágrima, e entende que o dia de fazer as coisas melhores é hoje. E aquele beijo É a melhor coisa. O sol se põe, levando consigo todos os pensamentos incômodos. E amanhã é um novo dia.

terça-feira, 8 de julho de 2008

You were always on my mind.

No frio do começo do outono
Onde estará você, estará longe...
Procurando com olhares vazios como os meus
O que onde estamos não se pode encontrar
Observando como eu
O chão, a carteira, a cadeira
Por onde estará vagando sua mente
Estará longe como a minha
Ou quais serão teus sentimentos
Planos e premissas
Em pleno mês de abril?
Será que os nossos planos
Terão um ponto em comum
Onde poderemos finalmente nos encontrar?
Ou o destino talvez vá se encarregar...
"Temos todo o tempo do mundo..."
14.04.2008