quarta-feira, 30 de julho de 2008

É você.

Ela. Os olhos passam. Passam por uma, duas, dez pessoas. Os passos são dados. Dez, doze, duzentos. Ela deixa de caminhar em terra firme, e se muda para o lugar onde está sempre. Imagina ele. Ele. Trabalhando, fazendo todas aquelas coisas tantas vezes contadas, vendo pessoas. Uma, duas, dez. Dedos digitam. Dez, doze, duzentas vezes. E se transporta. Quantas vezes estão juntos sem estar? Contigo eu estou. E contigo eu vou.

"É você, só você, que na vida vai comigo agora..."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Forever was in your eyes.

Eu sempre gostei mais de chuva. De um quase frio, do que do calor do verão. Sempre gostei de um dia nublado, com aquelas lindas nuvens cinzas. E ele dizia "é, eu sei que você gosta".
O tempo passa, as nuvens mudam.
Hoje eu escuto "eu também adoro dia nublado". E o meu céu cinza é tanto mais, agora, tudo que eu quero; que eu não posso evitar deixar tudo pra lá e ficar aqui, hipnotizada, olhando pra ele.
Ele é infinito e lindo.
É só agora. É só agora que eu vejo que o céu é muito mais do que eu pensava. É agora que eu vejo que VOCÊ é muito mais do que eu pensava. Todo o tempo até você não foi tempo perdido. Porque foi o tempo que eu precisei pra chegar até você. Pra te ter do meu lado, de mãos dadas, olhando pro céu. Pro nosso, afinal, NOSSO. Nosso céu nublado.
É tão bom quando eu sinto isso. Sinto, finalmente, eu SINTO e posso gritar. É mais verdade do que nunca.
Posso gritar e falar de todas as formas possíveis, que eu só quero o cinza e o verde. Só o cinza do céu, e o verde dos teus olhos.
E nada mais.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

The life I've left behind me is a cold room.

"São coisas do coração", dizia ela, enquanto mexia no copo em cima da mesa. Queria que o copo começasse a flutuar, ali mesmo, só pra acontecer um absurdo em meio a tantas coisas certas. Só pro concreto e palpável perder a vez, por uma só vez. Lembrou-se, então, do outro dia enquanto caminhava em direção ao mercado, e ouviu um tiro. Não soube dizer se foi pelo estrondo ter sido próximo, mas sentiu como se aquilo tivesse acontecido dentro de sua cabeça. Parou de andar, pensando "Estarei viva?". Começou a vagar em um mundo paralelo, onde uma bomba havia sido instalada em sua cabeça, e enfim, havia chegado a hora de explodi-la. Em seguida começou a brigar com sua imaginação, criticando-a por escolher um momento tão besta para explodir a bomba. Oras, uma saída até o mercado! Veja se isso é hora para se morrer. Resolve afastar esse pensamento estúpido, e continuar a andar. SÓ continuar a andar, será que é difícil?! Agora ela sai do devaneio do devaneio. Terá sofrido com essas imaginações absurdas sempre? Provavelmente, pensa. Surpreende-se ao ver que ainda está naquela cozinha, iluminada por aquela luz branca e fraca, e não gosta da sensação. Não sabe dizer o que é. Medo, por todos os móveis parecerem vivos àquela altura da madrugada; Nostalgia, pois ainda via as cartas em cima da estante, tantas vezes usadas naqueles horários; Ou, se era só cansaço, mesmo. Antes que pudesse imaginar qualquer coisa, levantou-se, tentando se convencer rapidamente de que era cansaço, afinal. Escovou os dentes desejando que a água estivesse mais quente. Colocou o pijama desejando que a temperatura estivesse mais quente. Deitou-se desejando os lençóis mais quentes. Os olhos começaram a ficar pesados, e ela foi se entregando ao sono. Desejava ele de qualquer jeito. Só queria dormir.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

This is fact, not fiction.

Tem um buraco na porta, a porta pela qual eu tenho que passar para sair de onde estou. É um buraco significante, e não um qualquer e discreto no cantinho, perto do trinco. Ou seja, é impossível não ver. Tem uma cartela de adesivos colada na parede, onde ficaram apenas a forma de todos os desenhos, pois os adesivos em si, já foram todos retirados. Tem um som na sala, mas não tem nenhum CD em casa. O som do vizinho eu só consigo escutar a batida. O que terá acontecido à melodia? A cozinha está cheia de pratos, mas não há comida na geladeira. Têm vários sofás na sala, mas ninguém para sentar. Tem uma lua lá fora, em um dia que não anoiteceu. E é isso que acaba acontecendo. Nada. É impossível não ver.

E não saio sem ele de lá.

Os pés saltitam. Por toda a madrugada ela anda, caminha, sem medo. O único receio é de não o ver mais. Acha curioso o fato de você achar alguém quando se menos espera, mas sabe que é assim mesmo. Assim é a vida. As coisas acontecem não quando você acha que elas devem acontecer, mas quando as coisas acham que devem acontecer pra você. "As coisas". Esse, porém, é um daqueles momentos em que você pode se sentir em plena paz, mesmo que amanhã tenha a casa, o trabalho, os pais, os estudos... Mesmo que tenha uma prova de matemática na segunda-feira, que você já sabe que é de ferrar. E o que importa? É como se você estivesse na frente do mistério da vida, alguma coisa muito maior. São coisas pequenas que se tornam grandes, e por serem muito boas, você deixa que elas tomem conta de você. Passa a não ser mais "a coisa", mas toda uma situação, que toma outra proporção. E qual o problema, se amanhã não for isso não tem problema... Ou daqui a um segundo. Ela apenas deixa com que o sentimento tome conta. Respira o ar, que quando de fato, é frio, ainda parece extremamente agradável. Parece quase perfeito, na verdade. E inspira, e expira. E inspira, e expira. Dá um sorriso cerrado, um semi-sorriso, sem dentes, e suspira. Inspira. Expira. E suspira.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

You see for so long I was blue.

Então a menina balança os pés, que batem no muro em que está sentada, em um final de tarde. Seus olhos lacrimejam enquanto vê os carros passarem na rua. Ela pensa, e se questiona porque as coisas insistem em passar sempre diferente do que a gente quer. Os pés ora movimentam-se para frente e para trás, ora batem na parede. Ela escuta alguma música, que não sabe dizer de onde vem, e não vira sequer para procurar localizá-la. Vê as pessoas andando nas ruas, e se pergunta para onde elas estarão indo. O sol continua caindo, sumindo, de uma forma especialmente triste naquele dia, para agoniá-la bastante até a próxima vez que ele aparecesse; Para deixar claro que estar vivo é uma benção. Ela entende que a próxima vez que ver o sol é mais um chance para mudar o que não está de acordo em sua vida. Não é que ela esteja tão triste. Ela sabe que uma hora ou outra as coisas se ajeitam. Ela e a lágrima fazem um pacto. Ela só poderá cair quando a menina estiver em paz consigo mesma, para o amanhã. Para ser melhor amanhã. De repente, a lágrima cai. Ela se levanta, sem ligar para ninguém ao seu redor. Caminha em direção a um beijo que a espera. Seca a lágrima, e entende que o dia de fazer as coisas melhores é hoje. E aquele beijo É a melhor coisa. O sol se põe, levando consigo todos os pensamentos incômodos. E amanhã é um novo dia.

terça-feira, 8 de julho de 2008

You were always on my mind.

No frio do começo do outono
Onde estará você, estará longe...
Procurando com olhares vazios como os meus
O que onde estamos não se pode encontrar
Observando como eu
O chão, a carteira, a cadeira
Por onde estará vagando sua mente
Estará longe como a minha
Ou quais serão teus sentimentos
Planos e premissas
Em pleno mês de abril?
Será que os nossos planos
Terão um ponto em comum
Onde poderemos finalmente nos encontrar?
Ou o destino talvez vá se encarregar...
"Temos todo o tempo do mundo..."
14.04.2008